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O Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo apresenta, em agosto – mês em que comemora o seu centenário – na Galeria de exposições temporárias obras do artista plástico António Carmo. A mostra Encontros e Memórias reúne um conjunto de 16 pinturas a óleo sobre telas às quais se juntam 6 desenhos a tinta da china resultantes do período criativo, Expressão da Linha.
O artista, recorrentemente apelidado de pintor-poeta, expressa em toda a sua obra gráfica, temas do quotidiano, sobre os quais reflete, tentando exportá-los para o mundo, em comparações habitadas por figuras de volumes generosos e cores contrastantes que, paradoxalmente, parecem levitar nos planos sem gravidade.
As primeiras criações de António Carmo remontam à década de 60, período em que se acomodava, cada vez mais inquietantemente o Estado Novo, agrilhoando o país, o seu povo e, particularmente, os seus artistas, a dogmas que ecoavam no vazio de espaços sem liberdade e sem razão. Também António Carmo se levantou como um átomo a mais numa história em que lhe indicavam caminhos esgotados, que o espírito crítico e criativo já não queriam percorrer.
Representado no panorama artístico nacional e internacional, nomeadamente Bruxelas, onde trabalha e expõe, com frequência. António Carmo frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, participando no pulsar cultural que a cidade de Lisboa lhe proporcionava melhor que nenhuma outra no país: na Brasileira do Chiado beneficiou da experiência das incomparáveis tertúlias com Almada Negreiros, Abel Manta, Jorge Barradas e João Hogan.
Pode afirmar-se que o isolamento físico de António Carmo só se verifica no seu atelier, no ato em que se transfere para os suportes pictóricos todas as reflexões e experiências vivenciadas num coletivo universal.
*Mil e uma imagéticas visuais na coleção contemporânea do MAD
Entre 6 de setembro e 8 de dezembro, o Museu de Artes Decorativas apresenta uma interessante proposta de arte contemporânea, que tem vindo - desde a aposta recorrente, a partir do último quartel do século XX - a acrescentar valor, ecletismo e atualidade, à sua coleção.
O conjunto de 25 obras, num total de 25 artistas representados, pretende emitir um elogio ao percurso que a arte contemporânea tem vindo a traçar, em Portugal, desde a segunda vaga vanguardista, que trouxe consigo conceptualismos; abstracionismos; surrealismos, ora líricos ora delirantes; poéticas transcendentes e discursos / apelos, necessariamente, emergentes.
Apropriarmo-nos da ideia de que a arte representa a Humanidade, é perceber que - por ela - ascendemos aos mais elevados patamares da existência, gravando, na História, enigmáticos diálogos metafísicos; sendo também, possível - através dela - esboçar futuros, com laivos sibilinos, inesgotavelmente, como quem conta uma estória, de forma eloquente.
A estória sussurrada, na galeria do MAD (qual composição mitológica) - entre setembro e dezembro de 2024 - tem por protagonistas, Henrique Silva; Pintomeira; Mário Rocha; Mónica Baldaque; Carlos Basto; Armanda Passos; Luís Darocha; Espiga Pinto; Figueiredo Sobral; Vieira da Silva; Jorge Pinheiro; José Rodrigues; Júlio Pomar; Rui Pinto; Álvaro Rocha; Jorge Amado; Caribé; Jenner Augusto; Mario Cravo; Sante Scaldaferri; Antonello L´Abbate; Floriano Teixeira; Calasans Neto; Juarez Paraíso; Carlos Bastos. O que os une numa mostra coletiva: «Coisas das [suas] ciências, das [suas] estéticas, dos [seus] sonhos, dos [seus] tempos de estar[em] sozinhos» [Adap.de Fabíola Valença, 2008] numa participação absoluta no Mundo.
A exposição temporária "Estuques e Estucadores de Viana do Castelo entre o passado e o futuro", patente desde 14 de agosto, no Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo, expõe um conjunto de obras de estuque ornamental, datadas entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX.
A seleção de obras em exposição pertence à coleção adquirida pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, em 2017, à empresa Gessos Maceiro, sediada em Lisboa. Esta foi, desde logo, incorporada nas coleções do Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo, de modo a proceder-se à devida investigação histórica, bem como à documentação necessária, no sentido da sua valorização e preservação em contexto museológico. Este estudo veio revelar que parte do acervo fora pertença de Domingos Meira, estucador afifense de renome também agraciado com a comenda da Ordem de Cristo, pelo Rei D. Carlos.
A mostra divide-se em três grandes núcleos: uma apresentação documental, contemplando a reprodução fotográfica e respetiva informação textual sobre Casas de Viana do Castelo que possuem tetos e paredes ornamentados em estuque; um núcleo dedicado ao Serviço Educativo que explora as diferentes fases do processo da arte do estuque; e num terceiro momento, e com particular destaque na galeria Carolino Ramos, as peças selecionadas a partir do vasto e diversificado acervo. Ainda neste núcleo, podem experienciar-se duas obras da escultora contemporânea vianense, Iva Viana.
A arte de ornamentar o interior de casas e palácios foi prática comum entre famílias de estucadores de Viana do Castelo, oriundas de localidades da orla marítima - Areosa, Carreço e Afife, as quais alcançaram grande prestígio, nos séculos XIX e XX. Exemplo disso, foram os Meira, os Baganha, os Pita, os Ramos, entre outros, que exaltaram a arte do estuque, embelezando edifícios públicos e privados em Portugal. Na atualidade, como prova de que o ofício de estucador não está extinto, salientam-se Guterres Parente Vieitas, Domingos Fontainha, Evaristo Carvalho, Nestor Miranda, Abílio Oliveira, César Morais e Sérgio Lopes.
Como complemento à exposição, foi lançado o livro "Estuques e Estucadores de Viana do Castelo", que contou com a coordenação de Gonçalo de Vasconcelos e Sousa.
O Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo completou, no dia 18 de agosto de 2023, 100 anos de existência. No dia em que, pela primeira vez, abriu portas ao público, apresentou-se com as exposições de pintura e fotografia de Rubens Martins e Manuel Afonso, respetivamente.
Nesse auspicioso 18 de agosto de 1923, o Palacete Barbosa Maciel, edifício tricentenário, adquirido pela Câmara Municipal para albergar o Museu da cidade, concretizou-se o desígnio de cultos colecionadores, cidadãos interessados - a emergente intelligentsia vianense da época reunida para intervir, decisivamente, no incomensurável universo cultural e artístico. O projeto do Museu de Arte Regional - como se designou outrora – previa proporcionar o seu contributo à comunidade vianense que, por sua vez, abriria portas ao mundo, num ciclo de reciprocidade, perene na linha espaço-tempo.
A coleção que o MAD, orgulhosamente, vem apresentando aos seus públicos, tem evoluído, proporcionalmente, à sua idade. Ecletismo e singularidade caracterizam o acervo onde cabe uma exemplar coleção de faiança nacional; azulejaria em retrospetiva, desde o século XV ao século XIX; arte indo-portuguesa, testemunho da miscigenação cultural com o Oriente; pintura e desenho por reconhecidos mestres, portugueses e europeus; mobiliário civil D. João V, D. Maria e D. José; uma coleção de Arte Sacra completa na desarmante capela, em azul azulejar pontuada a Norte, pelo retábulo - artisticamente magistral, religiosamente, divinal.
Recuados 100 anos, percebe-se que cada ponto dessa linha invisível, espácio-temporal, onde existe cada acontecimento em si mesmo, se materializou e repercutiu, em pleno. Avance-se, doravante, convictamente, avistando essa anima toda ela vida.
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